TRE-AC participa de testes de segurança pública no TSE

Trabalhos serão estendidos até às 18h de sexta-feira, 1

TPS

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou o segundo dia do Teste Público de Segurança 2017 do Sistema Eletrônico de Votação. O objetivo do teste é contar com a contribuição da sociedade para identificar possíveis vulnerabilidades e falhas relacionadas à violação da integridade ou do anonimato dos votos de uma eleição, buscando o constante aperfeiçoamento do sistema.

A secretária de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), Rosana Magalhães, está participando dos testes, representando o órgão.

Nesta quarta-feira, 29, a comissão avaliadora autorizou a extensão do teste por mais um dia, depois que recebeu formalmente o pedido de um dos grupos que participam do evento, diante da necessidade de mais tempo para executar os trabalhos. Segundo o coordenador técnico do TPS, Luiz Otávio Duarte, os trabalhos do Grupo 1, coordenado pelo professor Diego Aranha, geraram um novo plano de teste. "Efetivamente, o grupo tem um processo de execução. Eles têm alguns achados que são importantes na questão de segurança, mas não terminamos de relatar e estamos executando o teste em si", esclareceu.

"A gente precisa de novos planos para validar essas hipóteses, para ver até onde a gente pode chegar. Reportamos formalmente qual seria a característica do sistema que a gente utilizou para executar esse plano de teste com sucesso. Vamos trabalhar amanhã a partir dos desdobramentos. Pedimos extensão do prazo até sexta, porque tem algumas possibilidades que se abriram, algumas que não esperávamos", esclareceu o professor Diego Aranha.

O grupo dele inscreveu quatro planos, porque tinha quatro ideias que surgiram na fase de inspeção de código-fonte. "O primeiro era extrair os segredos do equipamento para podermos, de posse desses segredos, observar que informações conseguiremos. O segundo era uma tentativa de quebra do sigilo do voto, no chamado RDV. Um outro foi tentar plugar na porta USB da urna um dispositivo estranho. E o quarto envolvia a transmissão de resultados", detalhou, ao explicar que não sabia qual poderia ser o mais promissor no início dos trabalhos.

De acordo com o investigador, o grupo começou verificando se as condições para executar os planos estavam presentes. "Gastamos tempo montando software, com que temos familiaridade, montamos um ambiente legal e testamos se as condições para executar o plano de teste estavam presentes. Executamos com sucesso o primeiro, que buscou extrair os segredos do equipamento. Então, agora, estamos explorando as possibilidades, elaborando novos planos de testes e vendo o que esses novos planos conseguem obter de informação para a gente", contou.

No Teste de 2012, o grupo coordenado por Diego Aranha já havia executado um plano de ataque ao RDV. Neste ano, o mesmo plano está para ser executado. No entanto, o professor avalia que os outros planos podem contribuir mais ao processo. "Parece que [a vulnerabilidade de 2012] foi mitigada, mas a gente não executou esse teste, pois temos coisas mais interessantes para trabalhar", finalizou.

Participantes

Neste ano, participam do TPS quatro investigadores individuais e de três grupos, sendo um grupo com cinco, outro com quatro e, finalmente, um terceiro com três componentes, totalizando 16 participantes. De acordo com Luiz Otávio Duarte, da Comissão Técnica do TPS, o segundo dia do teste contou com a participação de quase todos os investigadores. Apenas um grupo faltou.

"A gente teve a presença do Cássio Goldschmidt, um investigador individual que está buscando informações relativas ao processo de geração de mídias. Ele tem levantado algumas sugestões de melhorias de processos e está caminhando no plano de teste dele", disse Luiz Otávio Duarte.

Segundo Duarte, o investigador individual Jose Carlos Gama Quirino também segue com seu plano de teste, que consiste em ataques genéricos à urna eletrônica, na tentativa de comprometer a integridade e o anonimato do voto.

Outro plano de teste, do investigador individual Rodrigo Cardoso, trabalha em duas frentes diferentes: uma relativa à transmissão de dados de urna, e a outra à urna eletrônica. Ele tem focado no plano de transmissão de dados para verificar se é possível inserir alguma ação maliciosa no meio do processo. "Ele está efetivamente estudando esse processo para verificar se é possível ou não fazer isso. Contudo, ainda não tem nenhum levantamento mais preciso", explicou.

De acordo com Luiz Otávio, outros grupos fizeram observações que servirão como contribuição. "Já estamos tendo resultados positivos do teste no que se refere a encontrar pontos de melhoria, que é o objetivo. Não necessariamente o plano de teste vai ter sucesso ou fracasso, mas a execução das ações – seja dentro do teste, seja durante a preparação, seja no contexto como um todo – já indicou achados que são importantes para o TSE", afirmou.

Quarta edição

Esta é a quarta edição do TPS, que, desde 2016, passou a ser obrigatório e disciplinado pela Resolução nº 23.444, aprovada pelo Plenário do TSE. A norma prevê que os testes sejam realizados sempre no ano anterior à eleição para que eventuais falhas possam ser corrigidas nas urnas que serão utilizadas no pleito.

O TPS é divido em três fases: preparação, realização e avaliação. Para que ele possa ser colocado em prática, são montadas, a cada edição, quatro comissões: Organizadora, Reguladora, Avaliadora e de Comunicação Institucional.

O teste de 2017 se encerraria nesta quinta- feira, 30, mas, a pedido do grupo 1, vai ser estendido até sexta-feira, 1. Ele é aberto para todos os interessados em acompanhar os trabalhos, sem necessidade de inscrição prévia. (Fonte: Ascom/TSE).

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