Desembargadora Waldirene Cordeiro inicia novo ciclo com foco em modernização, cidadania e justiça social
Presidente da Corte Eleitoral destaca diretrizes voltadas à inclusão, sustentabilidade e enfrentamento à desinformação

No último 14 de agosto, a Desembargadora Waldirene Cordeiro tomou posse na presidência do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), marcando o início de uma gestão que coincide com um momento histórico para a instituição: a comemoração dos 50 anos do Tribunal – celebrado no dia 11 passado.
Atualmente, com um eleitorado de 594.423 pessoas aptas a votar e um território com 87% de cobertura amazônica, a nova presidente terá pela frente desafios que vão desde a logística para alcançar 79 localidades de difícil acesso até a ampliação da participação cidadã, a inclusão digital, a sustentabilidade e o combate à desinformação.
Nesta entrevista, a presidente fala sobre os principais eixos da gestão, os projetos estratégicos e as metas institucionais para os próximos anos.
Quais os principais desafios que a senhora assume à frente do TRE-AC?
Desembargadora Waldirene Cordeiro: O Acre tem uma realidade única. Administramos um território vasto, com 87% de floresta amazônica e um número expressivo de locais de difícil acesso. O nosso desafio é fazer com que todos os 594 mil eleitores tenham as mesmas condições para exercer seu direito ao voto, mesmo nas comunidades mais distantes, garantindo inclusão, transparência e segurança no processo eleitoral.
A posse acontece em um ano simbólico, com o Jubileu de Ouro do TRE-AC em 2025. Como conciliar celebração e planejamento?
Desa. Waldirene Cordeiro: O Jubileu de Ouro é um marco histórico para a Justiça Eleitoral acreana. Queremos celebrar, mas também aproveitar esse momento para projetar o futuro. A nova gestão busca continuar projetos bem-sucedidos, como o Eleitor Alfabetizado e a Cidadania Indígena, e inovar com ações que aproximem ainda mais o Tribunal da sociedade.
A logística no Acre é uma das maiores complexidades do processo eleitoral. Como o TRE pretende enfrentar esse desafio?
Desa. Waldirene Cordeiro: Temos 79 locais de difícil acesso, muitos só alcançados por helicóptero, barco ou trilhas. A preparação para as eleições começa muito antes. Investimos na biometria itinerante e estamos estudando soluções digitais para melhorar a comunicação com comunidades isoladas. O objetivo é garantir que cada eleitor seja alcançado, independentemente de onde viva.
Inclusão social e diversidade são prioridades. Quais políticas estão em andamento?
Desa. Waldirene Cordeiro: A baixa representatividade feminina ainda é uma realidade no Acre. Hoje, apenas 12% dos assentos na Assembleia Legislativa são ocupados por mulheres. Por isso, estamos trabalhando para incentivar a participação feminina e de minorias por meio de campanhas educativas, programas de formação e projetos voltados à cidadania. Queremos que a Justiça Eleitoral seja uma porta aberta para todos, com políticas de inclusão para povos indígenas, ribeirinhos, pessoas com deficiência e comunidades isoladas.
Sustentabilidade tem sido um dos eixos da gestão. Quais iniciativas merecem destaque?
Desa. Waldirene Cordeiro: Temos avançado muito nessa área. Implantamos placas solares para reduzir custos e emissão de carbono, adotamos coleta seletiva em parceria com catadores, reutilizamos água da chuva e substituímos nossa frota por carros híbridos. Além disso, lançamos o Plano de Descarbonização, que inclui projetos de reflorestamento em parceria com a SEMEIA. Nosso compromisso é fortalecer a Justiça Eleitoral Verde e contribuir para a preservação da Amazônia.
Quais são os planos para as Eleições 2026?
Desa. Waldirene Cordeiro: Vamos continuar trabalhando para garantir eleições seguras, acessíveis e transparentes. Nosso maior desafio será combater à desinformação. Também pretendemos atrair o eleitorado jovem, fortalecendo campanhas educativas e digitais.
Que mensagem final a senhora deixa para os eleitores?
Desa. Waldirene Cordeiro: A Justiça Eleitoral trabalha para cada cidadão acreano. Por isso, convido todos a atualizarem seus dados, regularizarem seus títulos, fazerem a biometria e participarem das nossas campanhas. A democracia só existe com a participação ativa de cada um de nós.