TRE-AC abre Semana de Combate ao Assédio com palestra sobre enfrentamento à violência contra a mulher
Delegada Michelle Boscaro destaca impactos do assédio sexual e orienta sobre formas de denúncia e acolhimento às vítimas

Na manhã desta segunda-feira, 5, o Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) deu início à Semana de Combate ao Assédio e Discriminação, com uma palestra conduzida pela delegada Michelle Boscaro, especialista em violência contra a mulher. O evento ocorreu no plenário da sede do Tribunal e contou com a presença de diversos colaboradores.
A presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação, Juíza Eleitoral Kelley de Oliveira, também esteve presente, assim como o Diretor-Geral do TRE-AC, Valentim Maia. A Vice-Presidente da Comissão, Juíza Rosilene Santana, participou virtualmente.
A abertura foi realizada pela Vice-Presidente e Corregedora Eleitoral do TRE-AC, Desembargadora Waldirene Cordeiro, que destacou a importância do enfrentamento ao assédio nas instituições públicas. “O assédio é uma das formas mais horrorosas de práticas lesivas à honra das pessoas. Precisamos combatê-lo com diálogo, respeito e compromisso com os direitos humanos. Antes de qualquer coisa, todos nós somos seres humanos”, afirmou a magistrada.
A Juíza Eleitoral Kelley de Oliveira e presidente da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, Sexual e da Discriminação, ressaltou as ações da comissão e as campanhas de combate ao assédio, como o boletim informativo voltado para essa temática. “É uma atividade cumulativa, ou seja, todos os membros não têm somente essa atribuição. Eu estou muito grata, porque tudo o que desenvolvemos nesses dois anos da comissão foi em grupo’’, afirmou.

Durante a palestra, Michelle Boscaro abordou aspectos legais e sociais do assédio sexual, além de apresentar orientações sobre como identificar, enfrentar e denunciar essas situações. “O assédio sexual é como um iceberg: o que vemos é apenas a ponta. Ele é reflexo de uma sociedade machista, que ainda naturaliza certos comportamentos abusivos”, destacou.
A delegada explicou que não é necessário haver contato físico para que o assédio sexual seja configurado. “Pode ocorrer por meio de palavras, gestos, olhares ou até mesmo imagens. E não se restringe ao local de trabalho, pode acontecer em viagens a trabalho, caronas, eventos ou capacitações”, alertou.
Entre os principais efeitos do assédio para a vítima, Michelle apontou consequências como depressão, ansiedade, insônia, queda de rendimento, isolamento e, em casos mais graves, pensamentos suicidas. Ela também chamou atenção para os motivos que dificultam a denúncia. “Muitas mulheres demoram a relatar os casos por medo de não serem acreditadas, de perderem o emprego ou de serem responsabilizadas pela situação. É preciso acolher, não julgar”, disse.
Michelle orientou que, mesmo sem coragem inicial para denunciar, a vítima pode manter um registro detalhado dos episódios. “Anotar datas, locais e situações ajuda a preservar a memória dos fatos e pode ser fundamental em futuras denúncias”, sugeriu.
A palestrante também ressaltou que o rompimento do silêncio é um passo essencial no enfrentamento da violência. “O rompimento do silêncio de uma vítima pode encorajar muitas outras a denunciarem o assediador também”, orientou.
Ao final do evento, os participantes puderam tirar dúvidas e compartilhar experiências, fortalecendo a reflexão coletiva sobre o tema.
A Semana de Combate ao Assédio segue até o dia 9 de maio, com outras ações voltadas à promoção de uma cultura organizacional baseada no respeito, na ética e na inclusão.