O Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) lançou o 10º episódio do podcast Além do Voto, que celebra os 50 anos da instituição. O convidado da vez é o servidor Sérgio Mariano, que há mais de 30 anos contribui para o fortalecimento da Justiça Eleitoral, tendo ocupado cargos estratégicos e acompanhado de perto a modernização do processo eleitoral.

Ingressou no Tribunal em 1993 e, pouco depois, foi convidado pela então presidente, desembargadora Eva Evangelista, para assumir a Diretoria-Geral do TRE-AC, função que exerceu por cerca de seis anos. Durante o bate-papo, Sérgio compartilhou lembranças marcantes, desde os primeiros passos da instituição até os bastidores da implantação da urna eletrônica.

Sérgio relembrou o tempo em que o TRE funcionava em condições precárias, no antigo prédio do IBGE, no centro de Rio Branco. “A presidência ficava em um corredor, e parte dos setores funcionava no subsolo. A estrutura era muito limitada”, contou.

Ele destacou a atuação da desembargadora Eva Evangelista na conquista da sede própria do Tribunal. “Na época, tínhamos apenas R$ 250 mil para iniciar a obra. Com articulações junto ao TSE, ao governador Orleir Cameli e aos parlamentares, conseguimos mais recursos e, finalmente, começamos a construir a sede do TRE”, lembrou.

Outro momento importante foi a chegada da informática à instituição. “Em 1993, havia apenas três computadores no Tribunal. Todo o trabalho era feito em máquinas de escrever. A partir de 1994, iniciamos um processo de modernização que transformou a rotina da Justiça Eleitoral”, disse.

O servidor também participou das discussões e testes que antecederam a implantação da urna eletrônica. “Em 1995, fui a São Paulo conhecer o protótipo da urna. Dois anos depois, em 1996, o sistema foi usado pela primeira vez nas capitais. Foi um salto enorme de segurança e eficiência”, garantiu.

Ele recordou ainda momentos de tensão nas eleições. “Em 1996, algumas urnas apresentaram falhas, e tivemos de recorrer às cédulas de papel. Foi uma correria, mas tudo acabou bem. Esses bastidores mostram o quanto cada detalhe é importante para garantir o voto do cidadão”, destacou.

Sérgio Mariano também compartilhou histórias que ilustram os desafios logísticos da Justiça Eleitoral na Amazônia. Em uma das eleições, uma equipe de mesários e militares ficou isolada por dias em uma comunidade ribeirinha após o helicóptero não conseguir retornar. “Eles só foram encontrados na sexta-feira, após descerem o rio de barco com a urna. Esse episódio chegou a ser noticiado no Jornal Nacional”, contou.

Ao longo de três décadas, Sérgio presenciou a transformação da Justiça Eleitoral e participou de diversas inovações, como a criação do e-Título, desenvolvido no TRE-AC e hoje referência nacional.

“Tenho orgulho de fazer parte dessa história. Vivi a transição do voto em papel para o eletrônico, acompanhei a evolução tecnológica e o esforço coletivo de servidores dedicados. Vestir a camisa da Justiça Eleitoral é motivo de alegria e gratidão”, destacou.

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