O programa Justiça em Foco, transmitido pela TV Justiça, emissora oficial do Supremo Tribunal Federal, está veiculando esta semana a entrevista concedida pelo presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC), desembargador Pedro Ranzi, no dia 18 de abril.

A entrevista está indo ao ar desde segunda-feira, na TV Justiça, em horários alternativos. Nesta sexta-feira, 11, pode ser assistido às 19h, sábado às 11h30 e domingo às 23h (horário de Brasília). O programa está ainda disponível no YouTube pelo endereço www.youtube.com/justicaemfoco.

Em uma conversa de aproximadamente 25 minutos, o presidente do TRE contou ao jornalista Carlos Eduardo Cunha a sua trajetória profissional, desde a época de estudante até chegar ao desembargo; a origem do TRE-AC e curiosidades do Órgão; o perfil do eleitorado acreano e o desafio de fazer uma eleição na Amazônia.

No primeiro bloco do programa, o presidente do TRE-AC, que nasceu no Rio Grande do Sul, disse que chegou ao Acre em 1969 após receber convite para lecionar em Cruzeiro do Sul. Abordou ainda como surgiu o convite para ser prefeito daquela cidade, aos 21 anos, quando o cargo não era eletivo e, sim, por escolha.

“Era uma época de muitas dificuldades para a população. Não havia estradas ou pontes e ainda tínhamos que enfrentar o problema da malária. Enxerguei no Direito o caminho para chegar à democracia e comecei a cursar em 1972”, destacou.

O Acre de antigamente não se assemelha em nada com o da atualidade, na opinião do desembargador. “Hoje temos investimentos em carreiras, aplicação adequada de recursos públicos, e o Judiciário colaborou muito para isso”, enfatizou.

Sobre a sua atuação na presidência do TRE Acreano, disse que como gestor do processo eleitoral trabalha ininterruptamente para que as eleições municipais de 2012 transcorram dentro da normalidade.

“Tivemos grande cuidado com o processo desde o seu início, visitamos municípios com orientações a pretensos candidatos sobre o que faz um vereador ou um prefeito, o que pode e o que não pode durante a campanha eleitoral, como fazer a prestação de contas, enfim, disponibilizamos esse tipo de informação para que todos tivessem acesso”, disse.

Segundo o presidente, a prestação correta da informação é apenas uma das missões importantes que o TRE-AC executa. “O grande desafio para a realização das eleições no Acre é a logística. Hoje nós temos mais de 80 locais de difícil acesso e, destes, metade só se dá por meio de helicópteros. O mês em que a eleição é realizada, outubro, sequer é favorável para a navegação nos rios acreanos, pois estão todos secos. Levar a cidadania à nossa população é, sem dúvidas, um grande desafio”, reforçou.

O jornalista perguntou ao presidente de que forma o eleitorado acreano enxerga a política. Em poucas palavras, ele respondeu que o Acre é um estado politizado em razão de sua história. “O Acre lutou para ser brasileiro, luta até hoje para sair do isolamento e por isso se tornou participativo nas decisões”, comentou.