Ministra do TSE destaca o papel da Justiça Eleitoral no incentivo à presença feminina nos espaços de poder

Maria Claudia Bucchianeri participou de evento nesta quinta (23), que homenageou pioneiras da Justiça brasileira

Maria Claudia Bucchianeri participou de evento nesta quinta (23), que homenageou pioneiras da Ju...

Em evento nesta quinta-feira (23), em São Paulo (SP), a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Maria Claudia Bucchianeri enfatizou a importância da Justiça Eleitoral para a preservação da democracia brasileira e para o enfrentamento da violência de gênero. O tema foi abordado no seminário “O Sistema de Justiça pelas Mulheres”, promovido pela Escola Paulista da Magistratura (EPM) e a Corregedoria Nacional de Justiça, com o apoio da Coordenadoria da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Poder Judiciário do Estado de São Paulo (Comesp) e do Instituto Justiça e Cidadania, nesta quinta (23).

“Que tipo de democracia queremos?”, questionou Bucchianeri, ao citar números das Eleições Gerais de 2022: cerca de 30 mil candidatos, sendo, aproximadamente, 10 mil mulheres e 19 mil homens. Desse total, apenas 302 mulheres foram eleitas, sendo somente 39 negras. E, embora 53% do eleitorado brasileiro seja constituído pelo público feminino, a quantidade de candidatas e de eleitas corresponde a menos da metade das vagas disponíveis, apontou a ministra.

O Brasil e a violência de gênero

Em fevereiro de 2023, o voto feminino completou 91 anos; entretanto, no ranking de presença parlamentar feminina da América Latina, o Brasil alterna entre a penúltima e antepenúltima posições, segundo destacou a ministra do TSE. Na opinião de Maria Claudia, as questões culturais do país reforçam uma sociedade patriarcal e machista.

“A gente quer um filtro de gênero. Queremos mais mulheres nos espaços de poder”, afirmou Bucchianeri, ao salientar a realidade de homogeneidade masculina nas entidades públicas, inclusive do Poder Judiciário. Assim, no entendimento da ministra, a interseccionalidade seria um ponto-chave para debater a violência de gênero. “Nós estamos ocupando mais a base da magistratura, e o nível de promoção está diminuindo”, destacou a ministra.

Soluções

Sobre as medidas de reparação que as instituições podem realizar para garantir uma sociedade mais democrática e representativa, Maria Claudia Bucchianeri lançou uma pergunta para reflexão: “Que condutas nós podemos não normalizar mais?”. De acordo com ela, entre outras iniciativas, é importante que a mulher participe de reuniões, projetos e espaços de decisão para discutir os problemas relativos à desigualdade de gênero.

“Para que [as pessoas], no contexto que cada um exerce, possam ser um fator de catalisação dessa mudança, que compromete a qualidade do processo de decisão”, defendeu Bucchianeri.

Painel

O segundo painel do evento homenageou a primeira juíza de Direito do Ceará e do Brasil, Auri Moura Costa. O bloco de apresentações teve como tema “Enfrentamento à violência de gênero” e contou com Silvia Rocha, desembargadora do Tribunal de Justiça de São Paulo, como moderadora. A ministra Maria Claudia, entre outras autoridades da área jurídica, integrou a mesa que discorreu sobre o assunto.

As participantes falaram sobre a história e a carreira da personalidade homenageada no painel, e questionaram a estrutura e a hierarquia que se consolidaram na sociedade brasileira que inferiorizam a figura feminina. No decorrer do painel, foi ressaltado o número reduzido de mulheres no Poder Judiciário, que se torna ainda menor quando falamos de mulheres negras, indígenas e transexuais.

Seminário

O seminário “Sistema de Justiça pelas mulheres” foi realizado sob a coordenação do desembargador José Maria Câmara Junior, diretor da EPM, e do ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça. O evento abordou, entre outros temas, direitos das mulheres, combate à violência de gênero e julgamentos com perspectiva de gênero.

Foram realizados quatro painéis em homenagem a cinco mulheres pioneiras e emblemáticas na história da Justiça brasileira: Esperança Garcia, considerada a primeira advogada do Brasil; Myrthes Gomes de Campos, primeira mulher a exercer a advocacia no país; Auri Moura Costa, primeira juíza brasileira; Mary de Aguiar Silva, primeira juíza negra do Brasil; e Maria Rita Soares de Andrade, primeira juíza federal do país.

Foto e texto: TSE

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