A Campanha da Biometria do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) chegou, nesta segunda-feira, 20, à Aldeia do Caucho, localizada às margens do Rio Muru, em Tarauacá. O atendimento foi realizado na Escola Estadual Indígena Estirão do Caucho, onde funcionam duas seções eleitorais que garantem o direito ao voto de mais de 200 eleitores indígenas. Ao longo do dia, foram efetuados 62 atendimentos, todos voltados a povos originários da região.

A iniciativa integra o esforço contínuo da Justiça Eleitoral acreana para ampliar o acesso aos serviços, superar barreiras geográficas e assegurar o pleno exercício da cidadania. No Acre, o grande número de comunidades isoladas e de difícil acesso impõe desafios logísticos diários, mas não diminui o compromisso institucional com a inclusão e a participação democrática.

Além do cadastramento biométrico, a agenda promoveu diálogo e orientação. A juíza-auxiliar da Presidência do TRE-AC, Isabelle Sacramento, conversou com lideranças e moradores sobre assédio eleitoral, reforçando a importância do voto livre e consciente. A Ouvidora da Defensoria Pública do Estado, Soleane Manchineri, abordou a relevância do registro civil indígena com a designação da etnia e tratou de ações de prevenção à violência contra a mulher nas aldeias.

A atuação do TRE-AC também está alinhada aos objetivos do Programa de Inclusão Digital e Judicial (PIDJus), que visa aproximar o sistema de Justiça de comunidades vulneráveis, ampliando o acesso a serviços, direitos e informações.

"Levar a Justiça Eleitoral até os povos indígenas é reafirmar que a democracia precisa alcançar cada território. Aqui, reforçamos que o voto é livre, que ninguém pode ser coagido e que a cidadania se constrói com respeito, dignidade e participação, disse a juíza auxiliar da presidência do TRE-AC, Isabelle Sacramento.