Na manhã desta quinta-feira, 4, o plenário do Tribunal Regional Eleitoral do Acre (TRE-AC) foi transformado em palco para o espetáculo “Fiandeiro de Tempos”, parte da programação comemorativa dos 50 anos da instituição e em alusão ao Dia da Amazônia.

Com uma proposta intimista e profundamente tocante, a obra encenada por Victor Onofre transportou o público para o universo do homem ribeirinho amazônico, descendente de nordestinos e guardião de tradições ligadas à floresta. Inspirado em comunidades às margens dos rios Murú, Croa e da Serra do Môa, o solo teatral resgata a sabedoria popular e a espiritualidade que brotam do convívio com a natureza — saberes que, pouco a pouco, vêm se perdendo com o tempo.

Ao longo da encenação, o personagem central compartilha a fé, os costumes e a luta diária para extrair da própria floresta o sustento e o sentido da vida. A narrativa funciona como um tributo sensível à cultura oral, aos mitos e à espiritualidade amazônica, mas também como um convite à reflexão: até que ponto os exageros do homem moderno — que polui rios, devasta florestas e desconsidera a harmonia natural — comprometem não apenas o futuro da Amazônia, mas de toda a humanidade?

A presidente do TRE-AC, desembargadora Waldirene Cordeiro, abriu o evento destacando o simbolismo da data e a responsabilidade coletiva com a preservação ambiental. “Pequenas atitudes fazem diferença. No último relatório de sustentabilidade da Justiça Eleitoral do Acre conseguimos reduzir índices importantes, como o consumo de energia elétrica. Esse é um exemplo de que todos podemos colaborar”, afirmou.   

O evento contou com a participação do membro da Corte Eleitoral e diretor da Escola Judiciária Eleitoral do Acre, Hilário de Castro Melo Júnior, além dos servidores, colaboradores, terceirizados e estagiários.

No encerramento, Victor Onofre compartilhou as origens da peça, inspirada nas histórias que ouviu ainda criança ao acompanhar a mãe em visitas a comunidades ribeirinhas pelo estado. Os servidores presentes puderam interagir com o ator, em um diálogo que aproximou arte, memória e consciência ambiental.

O espetáculo contou ainda com a participação de Marcos Casas (direção musical, criação e produção) e Luiz Rabicó (direção de luz), compondo um trabalho coletivo que uniu teatro, música e cenografia em uma celebração da Amazônia.

“Fiandeiro de Tempos” mostrou-se um chamado à responsabilidade individual e coletiva diante da maior floresta tropical do planeta, lembrando que preservar a Amazônia é preservar a vida.

A realização do evento contou com a participação de importantes setores do TRE acreano, dentre eles: a Assistência de Sustentabilidade, Acessibilidade e Inclusão (ASSAI), a Comissão de Memória da Justiça Eleitoral do Acre e a Escola Judiciária Eleitoral.

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